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Mostrando postagens com o rótulo Cronicas

Provação

  Fugir é inútil. Desistir da peregrinação é se acovardar de crescer na/pela fé. A tempestade não é úmida, é seca. O chão está rachado, devido a falta de chuvas que saciam a sede da vegetação. Será que isto é um indício de que a morte é a única solução? Não. Um nômade nunca se deixa vencido, não porque o mesmo é forte para enfrentar tudo por sua própria capacidade meramente humana, mas por acreditar que há um Criador que o está sustentando, mesmo com a precariedade de água e alimento. O olhar de quem o Criou com as suas próprias mãos gera resistência na alma. O corpo pode reclamar da ausência de nutrientes, mas a vida que está além do mero maná, é o único que pode suprir as faltas de um ser humano inteiro. É claro que tudo isto escapa da lógica e da racionalidade humana. É algo que desequilibra, atormenta e tenta a vida de um nômade. É mais confortável viver próximo de um rio e ter abundância de alimentos, mas enfrentar o nada ou o pouco e ainda se contentar com a situação, só suporta

Natureza adâmica que deseja ser autossuficiente com o prefixo “-pós”

  Às vezes, os meus ouvidos e os meus olhos ficam perturbados com tantas vozes e interpretações bíblicas... antes de tudo, me perdoa pela sinceridade! Longe de ser uma pessoa avessa ao ouvir, quero dizer que percebo muitas ideias forçando um contexto histórico e social em que, talvez, nem eram pensadas como dizem que são! Até porque, caro leitor e querida leitora, havia uma maioria pobre e marginalizada em Israel do que pessoas ricas. Não havia tanto conhecimento e educação, como atualmente. Nós, mulheres, que o digam! Ao longo da história da humanidade, nos deparamos com exceções de mulheres educadas, graças ao auxílio de alguma pessoa que acreditava em nossas potencialidades ou resistências! Não pretendo recorrer a historicidade. Nem tenho intenções de debater as ideias que circulam, pois uma lição aprendi: tudo na vida da gente é passageira , assim como as pessoas que geram e vivem das suas ideias! Mas, é claro que, nem todo mundo afinca esta percepção em seu peito, já que a fin

O amor é a arma contra os inimigos

  Vivemos em um tempo em que a provação, a dor, o sofrimento e a tribulação são negadas. Em suas redes de contatos virtuais, temos que estar o tempo todo, felizes, alegres e extrovertidos, como se nada pudesse nos entristecer e incomodar. Por isto, eu tenho dificuldades de manter uma rede social e até de tê-la. Sou humana, com potencialidades de tornar-me e de fragilizadas de não-ser (-ainda) . Mas, isto não é um absurdo, mesmo sendo cristã. É a nossa condicionalidade. É a natureza de todos nós, humanos e humanas! Tem períodos que não consigo escrever bem. Não é bloqueio criativo. É provação, tribulação, atentados. Quando algumas pessoas se levantam contra você, o jeito não é revidar, vingar ou se lançar das mesmas armas do que elas. É amá-las e interceder em oração por suas vidas tão aprisionadas pelo ódio e pelas trevas. É apiedar-se da ausência de Deus e colocar-se no lugar delas, diante do Senhor, pedindo a sua misericórdia perante o mal bombardeado. Sinceramente, caro leitor e

Nômades em Cristo

  Chega um tempo, em que tudo passa por mudanças. Nelas, surgem dificuldades de adaptação. Nem todas as pessoas reagem da mesma maneira. Só que, o nosso tempo humano é passageiro, cheios de fases, períodos e momentos. Não é isto, que Coélet nos alerta (Eclesiastes 3)? Estou a escrevê-los sobre esta questão, caro leitor e querida leitora, porque observo que o meu tempo com a escrita literária pode estar chegando ao fim. Mas… não se espante, com a minha descoberta e anúncio! Não irei parar com o ensino das Sagradas Escrituras (serviço a Igreja de Jesus Cristo!) e com os fios que tecemos a nossa existência. Parece que a literatura (serviço a cultura brasileira) está aos poucos distanciando de mim. Uma outra prioridade está vindo com muito mais força, vigor e paz… principalmente, PAZ. Tenho algumas obras já escritas, mas ainda não posso publicá-las. Cada uma tem o seu tempo para serem publicadas e lidas. Livros são como nós. Tem o seu tempo de brilhar e trazer reflexões à nossa condi

Carrego a minha cruz de madeira maldita

  Durante estes dias passados, me encontrava desorientada, perdida e sem rumo. Não pensem que a minha falta de direção tem relação com a comunhão com Deus e com o semelhante. Não! Foi um momento em que as nuvens acinzentadas quiseram ofuscar o brilho da Estrela da manhã em minha vida. Estas nuvens se encarregam de querer obscurecer a visão, daqueles/daquelas que têm uma vida com Deus na Pessoa de Jesus Cristo e acabam sentindo a sua alma se abater com uma dor inexplicável, que parece estar com uma enfermidade que desconhece. Não há sujeiras nas mãos. Não há manchas nas vestes. Não há lama nos pés. Apenas vem uma dor, que só quem sabe da graça de Deus, se conforta com a certeza de que passará com um clamor de socorro e auxílio, mesmo que não consiga orar, apenas chorar. Sabe, querido irmão e querida irmã, isto não é algo que acontece somente com os homens, as mulheres, os jovens, as crianças e os idosos/as idosas que se encontram nos textos salmistas e nas epístolas neotestamentári

Quando uma urticária, aperfeiçoa o poder de Deus em seu lar!

  Na semana que se passou, me responsabilizei por completo pelas tarefas domésticas, deixando um pouquinho de lado, alguns serviços que faço juntamente com meu pai e também, com a escrita. Minha mãe parece que encontra-se com um problema na mão, não se sabe bem ao certo se é algo relacionado a artrose ou algum reumatismo. No tocante, dediquei-me auxiliá-la, coisa que, até então, não importo-me de ajudá-la no que se refere a casa. No domingo, meus pais estavam ocupados com o plantio de milho e eu, fiquei responsabilizada pelo almoço e por lavar as roupas. Aí, caro leitor e querida leitora, iniciou-se o meu drama, que ainda encontro-me em recuperação! Fui utilizar um pouco de amaciante em nossas roupas e aí, passou-se um dia que as utilizei, “bimba!”, meu corpo empolou, ou melhor, surgiu placas vermelhas em minha pele. Coceiras, ardência na pele e “pinicação”. Esses foram os dias que sobrevivi a uma intensa urticária alérgica, originado por um produto de limpeza. Ai, ai… Meus pais ti

Instabilidade

Bagunçou-se. Embaraçou-se. Desorganizou-se. Pensei cá, com os meus botões: “o que houve?”. Os meus olhos não acreditavam. Os meus lábios não abriram-se. Os meus ouvidos fecharam-se. Insistente, questionava em frente a tela do computador: “o que está acontecendo, afinal?”. Clicando aqui e acolá por meio do mouse, o hipertexto não respondia os meus comandos. Tudo estava instável! O que é instabilidade? A sua definição não seria a falta daquilo que se encontra fixo, permanente e estável? É claro que sim. Mas, por que tudo parece desequilibrado, sem linhas e nem contornos? Ah, entendi… Isto não seriam certas adversidades que se apresentam em minha condição, enquanto existo e vivo? Sim, sim… Mas, neste momento, esta instabilidade instalada em meu pc está afetando-me. Não é só o pc, com a sua funcionalidade de visualizar um hipertexto, que está se desestruturando, mas eu mesma encontro-me da mesma forma. E o que isto, deseja mostrar-me? Ah… Já sei! Assim como no hipertexto da web e como o

Primavera (meta)física

  Corpo dói. A alma cansa-se pela fadiga da enfermidade. Como é difícil tolerar mau estar no organismo! Tudo lhe incomoda. O dia parece turvo. As águas ficaram esverdeadas. Será a esperança? Ou uma possível miragem metafísica? Se o meu corpo está adoecido, a alma não teria que estar forte? Não, não. Não há frações sensacionais. Não existe fragmentação. Há um todo. Há um ser totalizado. Há uma complementariedade relacional entre corpo, alma e mente. Uma abala-se com a enfermidade da outra. Mas, o que posso fazer para amenizar? Existe cura? É claro que sim! Os nossos esforços e as nossas capacidades são limitadas. Eu mesma não possuo o poder da cura. Meu braço forte não pode abrir o que não se abre, além do próprio Tempo. A cura é advinda de quem criou, projetou e modelou… Como obtê-la? Só pelo poetizar e cantarolar versos des-nublados pelo Sol. Só pela busca de querer germinar, florescer e frutificar. Mas, mesmo assim, causa mais dor. Livrar-se de uma enfermidade não é o mesmo que s

A metáfora da Criança-adulto diante de Deus

  Deixei de ser uma menina na mente, para tornar-me mulher. Abandonei certos pensamentos de mulher, para transformar-me na menina dos olhos de Deus. Mas, como? Como posso ser uma menina-mulher perante a vida? É muito simples esta resposta. Basta, lembra-se que só os pequeninos e as pequeninas entrarão no Reino do Pai-e-Mãe-trino. O coração tem que ser de menina/menino, mas a mente, lapidada a cada dia pelo Paráclito, tem que ser de mulher/homem. A força tem que ser de um adulto, mas a dependência, a simplicidade e a humildade de reconhecer-se como frágil tem ser de uma criança. Não pode-se lutar contra as criaturas (in)visíveis sem a força de Sansão, mas também, não se pode apresentar-se a Deus se não for como uma criança que, humildemente, sabe que nada pode fazer se os seus pais não estiverem por perto. Como humanos, constituímos, diante de Deus, duas fases complementares em nosso ser: criança-adulto . Você, caro leitor e querida leitora, pode dizer que estou enganada em relação a

Mudança, sob o crivo filosófico

  É difícil lidar com a mudança repentina. Ela não tem hora e nem avisa a sua chegada. Já reparou que ela causa espanto? Mas, isto não é uma característica pertencente ao filosofar. E o que será que ambas têm em comum? A busca pelo des-conhecimento. Quando a mudança se estaciona na vida, é preciso desnudá-la. O problema instala-se, quando não sabemos o estopim de sua origem na vida. E é isto que torna o conhecer já conhecido como desconhecido. Transforma-se num mistério, que demanda uma decodificação minuciosa e detalhista; o que causa espanto. Na medida em que vai despindo as peças constitutivas da mudança, começa-se a ficar mais claro a necessidade de ter sido originada. Daí inicia-se de uma maneira bem naturalizada e talvez banal, o processo de filosofar… Ou seja, começo a questionar o surgimento daquela mudança, ao ponto de poder racionalizá-la em conceitos ou ideias, para, aí, conscientizar-me da sua proposta de caminhada vivencial. Eu sei que minhas palavras estão des-conexas. Is

Maternidade verticalizada na horizontalidade

  Pode parecer estranho, o que vou escrever-lhe: ser mãe é saber e (re)conhecer, humanamente limitada, como Deus “sente-se” ao doar-se uma parte de si próprio a sua criatura humana, por amor. Não é preciso ser religioso, para observar que a maternidade é um privilégio de dar-se um pouco de si. E acrescento: as mães, mesmo doando os seus valores éticos e a sua educação aos seus filhos, eles podem escolher de forma livre, o que desejam projetar-se ao mundo. Esta é uma realidade que muitas mães enfrentam! Geram as suas crianças em seus ventres, não só biologicamente, mas emocionalmente. Preocupam-se, mesmo que seus filhos não lhe dão satisfação de suas escolhas (e consequências). Zelam pelas suas vidas, tentando os proteger, mesmo sabendo que eles agem de má-fé ou antiético. Mães resumem-se assim: sabendo que seus filhos estão errados ou equivocados com as suas escolhas de vida, ainda mantêm os seus braços abertos, esperando-os aparecer com o pedido de perdão e (re)conciliação! Quantas

Sobre a repetição

Repetir não era para ser algo incomodo. Pelo contrário, deveria ser considerado como uma característica natural do ser humano. Por que ficamos irritados com a repetição? O dia e a noite não seriam um eterno repetir? O sol sempre se encontra durante o dia, mesmo com as nuvens tomando a sua estreia do amanhecer. O mesmo acontece com a lua. Às vezes, as nuvens querem destacar-se com os seus espetáculos chuvosos. Aí, fico a questionar: Por que se incomodar com a repetição? Não consigo compreender... Há normas literárias que nos diz, que não devemos repetir uma mesma palavra, pois empobrece o texto visualmente. Mas, em relação, aos tempos mais remotos da humanidade? Os antigos utilizavam a repetição para que seus aprendizes comunitários, não se esquecessem de suas raízes enquanto povo cultural e nacional. A repetição não deveria ser vista como um erro linguístico, mas como algo que é essencial. É algo didático. É algo que estimula a memória. Lembre-se que quanto maior é a conquista de algo,

O Verdadeiro espírito do Natal: acolhimento, amor, compaixão... No menino-Deus!

No dia 23 de dezembro, fui presenteada pelo meu pai. O presente mexia. Cheirava. Tinha quatro patas. Um focinho. Um corpinho “magrelo”. O presente não foi embrulhado como o convencional. Na verdade, veio dentro de um saco de sal bovino. O presente não foi comprado, mas achado. O presente encontrou um lar de acolhimento e muito amor. O presente chama(va)-se Maggie. Depois de três anos sem cães em casa, meu pai a encontrou abandonada no asfalto. Maggie tinha dois meses de vida. Chegou cheia de pulgas, carrapatos e extremamente magra. Era, até difícil, pegá-la no colo. Nossos olhares encontrarem-se no amor e no carinho. Na verdade, ela gostou de mim primeiramente, dando-me um olhar mais doce e tenro que já vi! No mesmo dia em que chegou, recebeu o seu primeiro banho. Nunca vi um banho tão sofrido e doloroso. Maggie chorava. Gritava. Tudo isto chamava-se medo. Eu ficava pensando, o que poderia ter acontecido com ela… O medo a cegava, mas mesmo assim… Colocou a sua confiança em mim. Só alim

Des-culpa: verbete ousado

  Des-culpa é a culpa sendo revelada. Coloco a culpa, à luz do esclarecimento racional. Des-oculto-a da sua obscuridade, tornando-a objetiva. O perdão é advindo do entendimento daquilo que escondia-se da face do próprio transgressor e da consciência. Morada do Eu Sou . Tribunal do meu eu. Tormento turvo. Refúgio para fuga daquilo que não quer ser des-feita. Esta é a consciência humana com a sua intencionalidade de ser esclarecida ou ocultada. Mas, se oculto o que não deve ser falado, será que alguém mais sabe do que escondo? Sim. Quem? Aquele que transcendente a finitude de nossa condição finita. Aquele que é imanente perante a brevidade humana. Aquele que pode deixar de jorrar água sob barro, transformando-o em pó. Tornando-o em pó, não há água para a massa. Não existindo água, não haverá sopro. O pó soprado vai para todos os lados, tornando-se vazio, sem forma e absurdo. Mas, se amassado como um barro, haverá sempre um hálito refrescante de vida re-criada. Por isto, que é difícil

A lógica da Graça

  Às vezes, eu penso em desistir. Mas, quando vejo o quanto a graça sustenta-me, descarto essa ideia. A cada dia, percebo que sou um instrumento nas mãos do Criador.  Não glorifico-me, pois a glória maior é de Cristo Jesus.  O que escrevo é Nele e por Ele, pois tenho consciência que as pessoas estão mais perdidas no nada do que diante de sua cruz.  O perder-se na cruz é vida, enquanto perder-se no mundo é morte.  E não é fácil, tentar capturar palavras corretas para escrever sobre tal assunto. Certamente, sempre haverá pessoas distorcendo compreensões sobre a condição humana, a fim de escapar daquilo que é inevitável. Posso fazer inúmeras teorizações científicas sobre a criação do mundo e da condição humana, mas sempre haverá por detrás intencionalidades interesseiras.  Por isto, eu vivo num constante res-guardo. Caminho como se estivesse andando em ovos. Não pode-se confiar facilmente. O coração humano é oculto, assim como as suas intenções. O que adianta a ciência, se ela não é neut

Deus no caminho e decisões a serem tomadas...

Não tem jeito... Todos nós somos peregrinos. Só que há aqueles que param no meio do caminho. Não progridem. Não crescem. Não amadurecem. Esperam que algo os aconteça milagrosamente como uma hierofania . Mas, certos momentos da vida nos exige ação . Podemos até refletir, caro leitor e querida leitora, sobre os passos já iniciados. Contudo, se não houver uma decisão que enseja em ser prática, é possível que percamos de vista o que sempre esteve aí (diante de nós, implicitamente!) lhe esperando.  Existem pessoas que passam a vida se lamentando, pois alegam que nenhuma porta de oportunidade se abre. Às vezes, acontece que as portas já estão abertas as esperando, mas o medo ou o orgulho as impede de entrar e desfrutar daquilo que as espera(va). Há tanta gente "idolatrando" as suas feridas, que acaba afastando o que poderia curá-las ou libertá-las.  Deus intervém na vida humana, quando é escolhido para ser o   sentido ou horizonte existencial daquele/a que a/o escolhe. N

Condição humana frente ao Tempo da Graça!

    Sei que já faz um tempinho em que não escrevo nada no Tecendo os fios da existência . Re-conheço que, de vez em quando, surge repentinamente um silêncio da minha parte. É um silêncio tão profundo, que nem pegadas de presença virtual são deixadas. Meu silêncio vem com toda força, quando me encontro com singelas angústias. Angústias de ser condicionada a uma humanização constante.      Não sei, se as pessoas têm a ingenuidade de crer que nem todo mundo sofre com angústias, conflitos, temores e aflições. É difícil acreditar em consciências que não são assombradas por certos pensamentos ou ideias que ofuscam o melhor de si. Muitos falam que escutam vozes, outros creem que o passado é o juiz de toda a racionalidade em que se vive hoje. Não sei... Não creio em vozes e nem no passado vivido idealmente na consciência. Acredito, simplesmente, na condição de ser um humano com suas fragilidades, vulnerabilidades, imperfeições, defeitos e erros. Não julgo quem erra, porque se está err