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Mostrando postagens de 2020

Com amor, F.

20 de abril de 1992. Durante esta vida, você sabe o quanto eu já me alegrei e também, entristeci. Você sabe que o meu coração já pulsou por poucas pessoas, mas elas machucaram-o com suas palavras torpes e vãs. Quantas madrugadas, você me pegou em seus braços, dizendo que "tudo vai ficar bem"? E quando eu ia correndo para os teus braços, chorando pela indiferença das pessoas em relação o barro, que modelaste em mim? Você sempre será o meu Amor . Amor que não me maltrata e nem me julga pela minha aparência e coração, mas que abala e constrange a finitude de minha condicionalidade humana. Até porque, você sempre me presenteia com pequenas dádivas por obediência e fidelidade. O que você pede para fazer , eu sirvo . O que você pede para ensinar , eu dialogo . O que você pede para agir , eu amo . O que você pede para dizer , eu anuncio . O que você pede para chamar , eu convido . O que você diz para não fazer, eu choro aceitando. O que você diz para fazer, eu me alegro chorando. Qu

Afinal, quem foram os levitas?

        É cada vez mais comum, chamarem os/as cantores/as ou "ministros/as de louvor" de levitas, utilizando versículos ou capítulos isolados da periodização histórica do Antigo Testamento, a fim de justificarem tal identificação. Ao meu ver, adorar a Deus é um dom, um carisma e um serviço comunitário e não, algo exclusivo para alguns. Mas, adorar a Deus, nos dias de hoje, parece estar mais atrelado a uma cultura gospel e especificamente a uma religião mercadológica, que é oposta aos modelos de comunidades cristãs dos primeiros cristãos e ao próprio ensinamento de Jesus. Relacionado a isto, Magali Cunha escreve em sua tese intitulada Vinho novo em odres velhos. Um olhar comunicacional sobre a explosão gospel no cenário religioso evangélico no Brasil , que é desconhecido a origem do uso da palavra "levita" para designar o papel dos músicos na igreja, mas ela destaca que na teologia gospel pode-se encontrar uma detalhada justificativa religiosa para a nova signific

Os defensores do (Anti)Reino de Deus(es) vs. Reino de Deus de Jesus, o Messias

Eu sei, caro leitor e querida leitora, que o título da presente reflexão pode parecer complexo e confuso. Mas, é o que está acontecendo ultimamente em nosso país. Não consigo enxergar Deus nos discursos que tanto prezam em falar Dele e de seu Reino. Vejo mais ídolos com pele de divindades do que o próprio Deus Trino. Afirmo isso, porque  Deus não necessita de políticos ou de sacerdotes religiosos para sacrificarem cordeiros indefesos em vista de um bem-estar comum social. O Reino de Deus não é um projeto que promove o ser humano a uma vida de privilégios, poder e glória para o seu status quo social . Não! O Reino de Deus promove Vida com liberdade , Vida em comunhão fraterna e solidário entre irmãos e irmãs sem dicotomia da relação homem-mulher... Até, porque diante Dele, somos todos iguais, imagem e semelhança de Deus. Não é assim, que o texto bíblico de Gênesis 1.27 diz "Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou "? O Reino de

A despedida de um codinome beija-flor

  Niterói de 1970. Eu queria muito ajudá-lo. Queria mesmo... O que estava ao meu alcance, tentei auxiliá-lo, mesmo que não quisesse me ver. Sei que não permitiram a minha presença ao seu lado. Pode ser que você mesmo, não me quisesse. Pode ser que você esteja com temor e tremor, não em relação a minha pessoa, mas com Aquele que me enviou até a você.  Você escolheu o que fazer de sua vida. Preferiu o mundo do que a eternidade. Optou pela exterioridade do que pela interioridade. Selou-se com tatuagens de dragões, ao invés de ter marcas de sangue de quem É o Mediador de toda a Criação. É, faz o quê? Você me ensinou algo, nesta caminhada. Percebi o quanto tenho que lutar contra os altares e os ídolos que meu coração, às vezes, centraliza em minha vida. As pessoas "acham" que os ídolos e os altares são objetos pertencentes, exclusivamente as religiões. Não, mesmo. Nossos ídolos podem ser a-religiosos, políticos, culturais e... quem sabe, psicológicos. Só que os ídolos, como já di

A liberdade de viver, sem as redes sociais!

Tenho recebido algumas perguntas sobre a minha ausência nas redes sociais, que seriam o facebook, o twitter e o recente instagram (até do blog). Sabe, caro leitor e querida leitora, tais redes sociais estavam me causando mal estar perante as minhas vivências e também, existencialmente. A minha desistência pelas redes sociais ocorreram no ano de 2015 (ou 2016?). Neste período, eu estava passando por alguns problemas pessoais referente a um projeto literário que desisti de segui-lo em frente. Mas, algo é certo: foi a melhor escolha da minha vida ! Tanto a desistência do projeto literário quanto a exclusão das minhas contas nas redes sociais, me libertaram da baixa autoestima diante da minha vida.  Na rede social, a vida não passa de um conto de fadas. Todo mundo é amigo, enquanto você concorda com o ponto de vista dele. Se você não concorda com as suas perspectivas ideológicas, seja lá qual for o âmbito, então, você passa a ser bloqueado ou deletado. Particularmente, eu nunca fui muito d

Quando desejo ajudar os desígnios de Deus a serem concretizados de forma mais rápida? Breves considerações sobre Gênesis 16

Abraão expulsando Agar e Ismael (1657) do pintor italiano Guercino (1591-1666) . Quem nunca já pensou "dá uma mãozinha para Deus", concretizar aquilo que lhe prometeu? Quem nunca teve vontade de "enfiar os pés pelas mãos", como diz a expressão popular? À luz deste tipo de situação, será lançado uma re-leitura de Gênesis 16 em vista de captar a mensagem que se encontra por trás do relato do nascimento de Ismael, filho de Abrão e da serva egípcia Agar, que é escrava de Sarai. Para fins didáticos, aconselho a você, caro leitor e querida leitora, que leia esta perícope bíblica que será abordada, mas caso tenha conhecimento, siga em frente! O relato de Gênesis 16 começa, quando Sarai, esposa de Abrão, encontra-se infértil. Para poder ser mãe, ela oferece ao seu marido a sua serva Agar, pois através dela poderia ter filhos. No versículo 2, Sarai expressa uma concepção veterotestamentária de que Iahweh é o criador da vida e somente Ele pode tirá-la . Ao dizer a Abrão que

Desculpas esfarrapadas de quem quer seguir Jesus, ao seu jeito!

Muitas respostas que já pensamos ou ouvimos uma pessoa falar acerca do seguimento de Jesus, a Bíblia já mostra o que é típico do coração humano. É engano "acharmos" que as Sagradas Escrituras não re-vela as decisões que um coração humano é capaz de tomar, quando não quer perder uma essencialidade superficial ou uma necessidade supérflua, digamos assim. Para falarmos a respeito, será tomado a perícope bíblica de Lucas 9.57-62 . Nossa pretensão é apenas fazer uma interpretação reflexiva; o que nos faz distanciar um pouco do método exegético. Vamos a leitura: Enquanto prosseguiam viagem, alguém lhe disse na estrada: "Eu te seguirei para onde quer que vás". Ao que Jesus respondeu: "As raposas têm tocas e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem, não tem onde reclinar a cabeça". Disse a outro: "Segue-me". Este respondeu: "Permite-me ir primeiro enterrar meu pai". Ele replicou: "Deixa que os mortos enterrem seus mortos; quanto a ti,

A Filosofia Prática de Marc Sautet questionando o mundo da vida

A ideia da prática filosófica como um auxílio para solucionar e refletir sobre os problemas, conflitos ou crises existenciais das pessoas foi inaugurado por Gerd Achenbach, na Alemanha, no ano de 1981. Não bastando somente na Alemanha, expandiu-se na França, com Marc Sautet; nos Estados Unidos, com Lou Marinoff; e no Brasil, com Lúcio Packter. [1] Baseando-se na tese de doutorado intitulado A Filosofia e seus usos: crítica e acomodação (2007) de Marli Aparecida Pechula, o presente texto indicará quais aspectos cruciais para a defesa do Aconselhamento Filosófico e os eventuais problemas nessa proposta, à luz da “filosofia prática” proposta pelo filósofo francês Marc Sautet. Após tais apontamentos, será realizada uma reflexão sobre uma “filosofia de bar”. Conforme a releitura de Pechula, o filósofo francês Marc Sautet acredita que a filosofia foi refém do ambiente acadêmico e teria se distanciado de sua função original, que era refletir sobre as questões cotidianas que instig