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Mostrando postagens de abril, 2022

Para falar da vida, deve-se dizer sobre a morte

  A vida inaugura-se com o nascimento, findando-se com a morte. Parece loucura, caro leitor e querida leitora? Mas, não o é. A vida e a morte são dois “irmãos”, que somente o ser humano tem consciência de suas existências. E o que a morte pode ensinar? Você, caro leitor e querida leitora, pode achar que a minha pergunta não passa de um absurdo. Ou, que eu possa estar exaltando mais a morte do que a vida. Mas, saiba que, mesmo que ainda não experimentemos dela, a morte tem os seus ensinamentos próprios, que podem vir só de uma singela reflexão ao seu respeito ou quando nos deparamos com a partida de alguém próximo de nós. Blaise Pascal, filósofo francês, nos alerta que o ser humano busca alternativas para não pensar em sua condição temporal – de que um dia morrerá. Como uma maneira de escape, ocupa-se sobrecarregando-se de trabalhos, negócios, encargos, acúmulo de capital, honrarias e reconhecimentos. Inventa-se uma “fórmula” de felicidade, que acaba se tornando uma corrida contra u

A ressignificação da Páscoa nas Sagradas Escrituras

  Como cristãos, a páscoa significa a pessoa de Cristo Jesus no cumprimento da história da salvação (dimensão messiânica) e também, na expectativa de sua volta a terra (dimensão escatológica, daquilo que virá – digamos assim!) . Mas, quando deslocamos o nosso olhar para as Sagradas Escrituras, observamos que a páscoa teve o seu surgimento com os pastores nômades (os chamados grupos abraâmicos ), agregando uma nova ressignificação com a libertação do êxodo ( as doze tribos de Israel – a união dos vários clãs ou grupos), posteriormente sob a reforma de Josias (englobando todo o período monárquico , dividindo-o, posteriormente como pré-exílico e pós-exílico) adquiriu um novo sentido e por fim, nos tempos de Jesus de Nazaré ampliou-se o seu sentido para a comemoração do Deus que intervem na história de Israel – história da salvação. Seria muito extensivo, caro leitor e querida leitora, expor todos os aspectos e as características específicas da páscoa em cada etapa da caminhada do povo

Beleza – Deus – arte – cultura: o que (com)partilham e relacionam-se?

  Particularmente, aprecio muito esta ideia de Rubem Alves: “A beleza é a face visível de Deus” . Nesta, observo que admirar a beleza sagrada está além do que teologizam dele. Na verdade, a beleza de Deus manifesta-se neste mundo, conforme a leitura do Salmo 104 . Quão numerosas são tuas obras, Iahweh, e todas fizeste com sabedoria! A terra está repleta das tuas criaturas. (Sl 104. 24 – Bíblia de Jerusalém). Quando falamos de Deus, claramente referimos as belezas deste mundo, atribuindo-lhe o fundamento e a fonte de toda glória e majestade estética, artística. Mas, se a beleza da criação nos oferece uma ideia acerca de Deus, é bem possível que a sua intensidade seria insuportável a nós. Isto, porque a potência de sua “existência” e a densidade de seu Ser , desconcertar-nos-ia a nossa sensibilidade e inteligência. A respeito disso, o teólogo Jean Daniélou expõe que […] o belo é, às vezes, tão intenso que é insuportável. E é realmente verdade. Existem determinad