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Mostrando postagens com o rótulo Cultura

“A Volta do Todo Poderoso” é uma leitura bíblica e uma teologia política?

  Uns dias atrás, tive uma insônia. Parecia que o sono havia desaparecido e como eu não gosto de ficar parada, pois o tempo demora a passar, fui assistir algum filme pela madrugada. Cheguei a ler um livro de 60 páginas e para não cansar ainda mais as minhas vistas (sou míope… hehe!) , resolvi assistir “A Volta do Todo Poderoso” . Sabe, querido leitor e querida leitora, já o vi inúmeras vezes sem pretensões. Mas, naquele dia, observei algo muito interessante e desejo compartilhar com cada de vocês. O filme A Volta do Todo Poderoso (2007) é uma sequência do “Todo Poderoso” (2003), uma comédia estrelada inicialmente por Jim Carrey e posteriormente, por Steve Carell. Não é um filme religioso em seu sentido restrito e lato, mas há bons indícios de considerá-lo uma leitura bíblica de Gênesis 6.5-22 e também, uma teologia política . Mas, primeiro vamos saber um pouquinho da produção cinematográfica. O enredo gira em torno da figura de um âncora de jornal local que havia ganhado como de

“Os doze profetas de pedra-sabão”: uma leitura bíblica na inconfidência mineira

  Francis Schaeffer, em sua pequena obra A Arte e a Bíblia , escreveu: “O cristão é alguém cuja imaginação deve voar além das estrelas” . Isto, a meu ver, é fundamental para um cristão e uma cristã que têm habilidades artísticas, em seu sentido amplo, pois o seu trabalho artístico pode ser uma expressão de esperança, de anúncio libertadora e da presença de Deus em nosso meio. Recordo-me que, no ano de 2017, fui conhecer o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas (MG). Meus pais ficaram encantados com a tamanha beleza arquitetônica e paisagística daquele lugar: o estilo barroco brasileiro estampado no exterior e o estilo rococó no interior do santuário. Mas, o que me despertou fascínio foram as figuras dos doze profetas nas escadarias da igreja. Ali, a Bíblia não estava escrita, mas modelada e esculpida em pedra-sabão, fazendo-se ser vista e olhada! Antes de expor a respeito dos profetas, desejo abordar em linhas gerais sobre o estilo barroco mineiro. O barroco fo

O Re-torno do filho pródigo retratado por Rembrandt: uma leitura teológica

  A Volta do filho pródigo (1666-69) A arte sempre foi um instrumento de contemplação estética, ao mesmo tempo em que pode-se unificar aquilo que é absoluto (transcendência) e aquilo que é temporário (tempo humano). Diversificada em seus vários estilos e valores artísticos, pode-se dizer que a arte tem um duplo caráter: (1) informar ou visualizar uma história; ou (2) expressar ou suscitar uma reflexão existencial em que a contempla. No presente texto, pretende-se lançar mão da arte do seu caráter “devocional”, pois a obra de Rembrandt intitulada “A Volta do filho pródigo” (1666-69) , remete-nos a este nível de meditação teológica. Rembrandt Van Rijn (1606-1669) trabalhou, conforme a tradição protestante holandesa e deu uma nova percepção sobre a vida cotidiana, proporcionando-lhe uma profundidade e sentido. Segundo os autores Pereira (2006) e Vieira (2013), o artista holandês foi em sua juventude, um homem que teve fama e riqueza; o que o permitiu ser rebelde, prepotente, ambicioso,