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Mostrando postagens de dezembro, 2021

O Verdadeiro espírito do Natal: acolhimento, amor, compaixão... No menino-Deus!

No dia 23 de dezembro, fui presenteada pelo meu pai. O presente mexia. Cheirava. Tinha quatro patas. Um focinho. Um corpinho “magrelo”. O presente não foi embrulhado como o convencional. Na verdade, veio dentro de um saco de sal bovino. O presente não foi comprado, mas achado. O presente encontrou um lar de acolhimento e muito amor. O presente chama(va)-se Maggie. Depois de três anos sem cães em casa, meu pai a encontrou abandonada no asfalto. Maggie tinha dois meses de vida. Chegou cheia de pulgas, carrapatos e extremamente magra. Era, até difícil, pegá-la no colo. Nossos olhares encontrarem-se no amor e no carinho. Na verdade, ela gostou de mim primeiramente, dando-me um olhar mais doce e tenro que já vi! No mesmo dia em que chegou, recebeu o seu primeiro banho. Nunca vi um banho tão sofrido e doloroso. Maggie chorava. Gritava. Tudo isto chamava-se medo. Eu ficava pensando, o que poderia ter acontecido com ela… O medo a cegava, mas mesmo assim… Colocou a sua confiança em mim. Só alim

Conto-te sobre o Pescador!

Minhas lágrimas são tantas, que estou afogando-me. Cada gota que cai sobre o chão está tornando-se, não em uma poça, mas num oceano. A dor de ser finita, incapaz e impotente, me faz ter medo de navegar neste mar. Não consigo nem sequer mergulhá-lo. Não sei velar com o barco. Meus pés estremecem só de pensar em molhar as pontas dos dedos. Não consigo olhar nas profundezas deste oceano, apenas em sua grandeza infinita. Ah, eu tento correr para longe do mar… Mas, esqueço-me que quem o criou fui eu mesma. Minhas lágrimas são água sem sal. Mar agitado. Altas ondas. Tempestades obscuras. Não há nenhuma poluição sequer. Existe apenas eu. Há dores silenciadas. Há gemidos. Há frustração. Há uma alma inquieta. Há uma tentativa de desesperançar-se. Eis que se aproxima o Pescador , dizendo-me: – Cadê a sua fé? Por que temes o mar? Venha andar sobre ele, minha menina. Vamos triunfar juntos! Eu a amo, desde que você era uma menininha recém-nascida. Recorda-te que você foi, por várias vezes, a minha

Des-culpa: verbete ousado

  Des-culpa é a culpa sendo revelada. Coloco a culpa, à luz do esclarecimento racional. Des-oculto-a da sua obscuridade, tornando-a objetiva. O perdão é advindo do entendimento daquilo que escondia-se da face do próprio transgressor e da consciência. Morada do Eu Sou . Tribunal do meu eu. Tormento turvo. Refúgio para fuga daquilo que não quer ser des-feita. Esta é a consciência humana com a sua intencionalidade de ser esclarecida ou ocultada. Mas, se oculto o que não deve ser falado, será que alguém mais sabe do que escondo? Sim. Quem? Aquele que transcendente a finitude de nossa condição finita. Aquele que é imanente perante a brevidade humana. Aquele que pode deixar de jorrar água sob barro, transformando-o em pó. Tornando-o em pó, não há água para a massa. Não existindo água, não haverá sopro. O pó soprado vai para todos os lados, tornando-se vazio, sem forma e absurdo. Mas, se amassado como um barro, haverá sempre um hálito refrescante de vida re-criada. Por isto, que é difícil

Na sala de espera do Homem-médico

  Eis que encontro-me na sala de espera. Ninguém encontra-se por aqui, apenas eu. As lâmpadas estão enfraquecidas. Parece que a qualquer momento, podem apagarem-se lentamente. Não sei, se eu gostaria de ficar no escuro… A escuridão pode deixar-me aflita. A desesperança pode surgir como uma sombra, por detrás de meu corpo. Ela pode tentar ferir-me, lançar-me palavras estúpidas de que Ele não virá atender-me. Mas, de qualquer jeito, terei que acreditar Nele. Necessito confiar Nele. Se Ele disse-me que iria atender-me, então, o jeito é esperá-lo. Tenho a impressão de que estou parada. Parece, aos meus olhos, que tudo está imobilizado. Não há ar. Não existe brisa. Será uma sensação? Ou a ansiedade de que as coisas aconteçam de imediato? Por que Ele está demorando tanto? Já encontro-me, nesta sala, há anos… Deve-se fazer uns oito anos, que encontro-me sentada a sua espera. Todos os dias, eu luto re-lutando contra o desejo in-desejável de querer sair daqui. Mas isto é o que as sombras cau