Certa vez, deparei-me com um aluno de física por intermédio de um conhecido da minha cidade. Uma prosa trocada de lá e de cá, o estudante indagou-me a respeito: “Mas, Flávia, como você ainda crê no Deus cristão? Você não estudou todas as tradições bíblicas e algumas religiosas? Não vês que isto tudo é uma criação teológica ou uma invenção humana?” . Quando ele retrucou, fiquei rindo, não por maldade. Eu achei engraçado a concepção positivista (mesclada com mecanicismo-cartesiano) do acadêmico perante a vida, enquanto existência e condicionamento humano. O seu questionamento revelou-me que o ser humano não suporta (con)viver com perguntas sem respostas . Tudo tem que ter respostas e se não houver respaldo com base em números, então… Torna-se mitologia ou imaginação fértil! Ai, ai, ai… Esquecem que a vida é assim: desconhecida e misteriosa! Já dizia o filósofo Ludwig Wittgenstein em seu Tractatus Logico-Philosophicus : Sentimos que, mesmo que todas as possíveis questões cientí