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Mostrando postagens de maio, 2023

Sabedoria e Temor ao Senhor no livro de Eclesiástico: breves considerações

  Sei que muitos de vocês, queridos e queridas, podem estranhar o que proponho nesta leitura bíblica. Irmãos e irmãs católicos leem os livros, conhecidos como deuterocanônicos – Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1 Macabeus e 2 Macabeus . Particularmente, não vejo problemas de ler estes livros, especialmente para um conhecimento mais profundo da Bíblia. Até porque, as comunidades cristãs (protocristianismo) faziam uso da Septuaginta (LXX) e estes livros, retirados do cânon judaico por terem sido escritos em grego (a língua hebraica foi um sinal de autenticidade e inspiração divina para os judeus que se reuniram no Sínodo de Jâmnia, em torno do ano 110 d.C.), foram lidos pelos primeiros cristãos, à luz de Jesus Cristo – a chave interpretativa para compreender todo o Antigo testamento! Nas palavras de Martin N. Dreher, nos dias de Jesus, porém, esse cânon já estava pronto. Assim ele foi adotado pela comunidade cristã, mas havia grandes diferenças de interpretação. A

Como aquela mulher… a fé da hemorroíssa (Mc 5:25-34)

  Marcos 5.25-34 é um texto marcante, especialmente para nós, mulheres. É um relato que nos revela o cuidado de Jesus com as mulheres; o que quebra/rompe com muitas ideias que tem circulado na sociedade e acaba “respingando” dentro das comunidades cristãs. Querem nos fazer entender que Deus, o Senhor da vida, é como o ser humano que possui intencionalidades injustas, corruptas, interesseiras, dualistas e binômicas. Não! Ele vela por suas criaturas, pois somos suas criações, sopradas e sustentadas por seu Espírito , ruah-pneumático, que nos gera vida ! Vamos ao texto: Ora, certa mulher que havia doze anos tinha um fluxo de sangue e que muito sofrera nas mãos de vários médicos, tendo gasto tudo o que possuía sem nenhum resultado, mas cada vez piorando mais, ouvira falar de Jesus. Aproximou-se dele, por detrás, no meio da multidão, e tocou seu manto. Porque dizia: “Se ao menos tocar suas roupas, serei salva” . E logo estancou a hemorragia. E ela sentiu no corpo que estava curada

Cadê Jesus Cristo na manjedoura comunitária?

  Quero iniciar esta reflexão, pedindo a cada um de vocês, caro leitor e querida leitora, desculpas por algumas opiniões. Não é que eu esteja sendo atrasada, conservadora ou antiquada. Não é isto, queridos e queridas! Entendo perfeitamente que vivemos no mundo, mesmo sendo discípulos e discípulas de Jesus Cristo. Ele é o nosso caminho, a nossa verdade e a nossa vida, doada a preço de sangue e conquistada pelo sofrimento e fragilidade! E é nisto, que desejo chamar a atenção de vocês! Desejo começar com alguns apontamentos sobre o relacionamento da Igreja de Jesus Cristo com a sociedade (o mundo como sistema social, econômico e cultural): Nos anos de 1970-1975, temos uma visão teológica escatológica . O que isto quer dizer? Havia uma expectativa da Igreja de que a humanidade entraria nos “últimos dias”. Paralelo ao discurso eclesiástico, na sociedade temos o movimento “hippie” europeu e estadunidense, que ansiava por uma nova sociedade, um novo mundo, rompendo-se com