Sei que vocês, queridos leitores e queridas leitoras, podem estar estranhando que o blog não tem sido muito atualizado com novos textos. Às vezes, há momentos em que o Senhor nos chama para passar um tempo com Ele que, não se restringe somente para momentos de oração (ou jejum), mas para aprofundarmos em questões bem complexas nas Sagradas Escrituras. Uma coisa, caro leitor e querida leitora, é você ter estudos puramente advindos de interpretações humanas (meus estudos na universidade, por exemplo); outra é quando você é guiado, direcionado e orientado a compreender questões mal compreendidas na leitura/interpretação da comunidade cristã e Deus, por meio do Espírito Santo, lhe dar esclarecimentos e entendimentos além do mero interpretar humano (o que não é retirado a leitura dos livros, mas aperfeiçoado com entendimento mais profundos, à luz do Espírito que vivifica a letra!). Encontro-me nesta caminhada, em que amo! Por isto, estou publicando alguns poemas ou textos em que já foram publicados nas antologias literárias, pois ali fala do Evangelho e das boas notícias anunciadas e em que estão em Cristo Jesus!
Bem… não me recordo o dia, mas eu estava descansando a mente, após tantas leituras e fichamentos escritos à mão, e me deparei com uma pregação de uma irmã de uma determinada denominação evangélica que desconheço. Não direi quem é, pois não é certo, queridos e queridas! Deus conhece as intenções do coração de cada um e peço até perdão a Ele, pelo que vou escrevê-los. Minha intenção, do meu coração ao de vocês, não é julgá-la ou discriminá-la. Pelo contrário, sua pregação me deu mais tristeza na alma, por observar tanta manipulação com a Bíblia. Misericórdia e compaixão me tomou pela pessoa da irmã, pois, talvez, esteja reproduzindo aquilo que lhe ensinaram de forma “equivocada”. Sabe, caro leitor e querida leitora?
Sou uma pessoa extremamente sensível em relação as Sagradas Escrituras, porque sempre quando vejo alguém distorcer as palavras de vida que estão além da mera letra da palavra, minha alma se corrói de tanta dor. É muito triste! Às vezes, até choro, dependendo do nível de manipulação da Bíblia e levo para Deus, para que Ele me console. Sinceramente, creio que para pregar sobre a salvação, o perdão e a libertação de Deus que está em Jesus Cristo tem que amar as marcas da pertença (aqueles que são de Deus, são perseguidos, caluniados, criticados e até diminuídos em sua importância, mas não são nunca abandonados, desamparados e nem atingidos! O Senhor é o nosso guarda, nosso refúgio e o nosso protetor!) e principalmente, amar o serviço diante dos irmãos e das irmãs, sem pretensões ou intencionalidades de ganhar vantagens de dominação (controlar a vida do irmão ou da irmã em Cristo, colocando-se no lugar do próprio Deus), exploração (dos recursos financeiro dos irmãos e das irmãs em Cristo) e manipulação da Palavra de Deus (por não gostar de certas ideias, a dita como se fosse um mandamento do Senhor, tornando-o em doutrina ou até em uma “lei” divina [pós-]moderna).
A pregação que assisti na TV, observei que a irmã estava colocando as suas ideias sobre o texto bíblico. Fez uma salada de versículos para comprovar o seu argumento a respeito da Santidade de Deus mesclada com a ansiedade. Assuntos opostos e uma interpretação bem manipulada, do meu ponto de vista. Quem é conhecedor da Palavra, não por ter estudado simplesmente na universidade, mas por ter o dom do conhecimento e do ensino, percebe quando a leitura e a interpretação bíblica têm más intenções ou foi reproduzidas por jargões ensinados por cegos (desculpe, a ironia!). Em relação a isto, desejo lhes contar uma experiência que tive na graduação em filosofia... aí, queridos e queridas, vocês entenderão o que desejo dizer!
No ano de 2019, minha última disciplina foi escrever um artigo científico. Naquela altura, decidi fazer uma comparação entre o pensamento semítico (dentro de um contexto helenístico) de Eclesiastes 1, 1-11 com a ideia do eterno retorno de Friedrich Nietzsche. No processo de pesquisa, me deparei com duas obras que trabalhavam com o pensamento de Nietzsche: Martin Heidegger e Gilles Deleuze. Empolgada, comecei ler os dois comentaristas. Mas… observei (e depois, confirmei a minha desconfiança, com a leitura de um artigo publicado nos “Cadernos Nietzsche” – USP), que tanto Heidegger quanto Deleuze estavam colocando as suas ideias filosóficas sobre o pensamento de Nietzsche. Na realidade, os seus comentários sobre o pensamento nietzschiano não refletiam uma interpretação (tenta-se, pelo menos, alcançar) dos textos do filósofo alemão. Devido a isso, não pude utilizá-los como referência para escrever sobre a ideia do eterno retorno, pois não era o pensamento de Nietzsche que estava ali sendo interpretados, mas as ideias de Heidegger e Deleuze projetadas sobre o filósofo alemão. Isto, caro leitor e querida leitora, é um exemplo de que estou lhes dando!
Há pregadores ou pregadoras que, na realidade, não estão interpretando o texto bíblico em si, mas estão colocando as suas ideias (atuais) sobre o texto bíblico. Pode ser alguma ideia que os incomoda em nossos tempos (tão caóticos e absurdos!) ou impõe certas ideias do Antigo Testamento que já foram consumadas com o evento salvífico da vida, da morte e da ressurreição de Jesus Cristo! - por isto, que, para Paulo, o Evangelho é poder de Deus.
Por favor, queridos e queridas, não existe a ideia de lei x graça… na verdade, a nossa fé consolida a Lei (Romanos 3,31), mesmo em tempos de graça; porque a Lei foi interiorizada e gravada sobre o nosso coração (Jeremias 31,33). Pela fé e em fé, realizamos as obras da lei, não por sabermos que é uma obrigação, mas porque a própria fé (que nos justifica diante de Deus) nos encaminha, nos leva e nos direciona para uma vida justa e santa, por meio da obra de Cristo Jesus. Sei que, pode estar sendo, para alguns irmãos e irmãs, complicado entenderem o que vos escrevo… mas, uma vida santificada e justa é advinda da/pela fé em Jesus Cristo e é por meio Dele (mediador), que nos tornamos justos diante de Deus e reconciliados no coração de nosso Pai(-e-Mãe). Então, não há razões para um retorno aos códigos veterotestamentários (não digo em relação ao Decálogo – Êxodo 20, 1-17 – que é tão (re)lembrado nos Evangelhos e em algumas epístolas!) que, alguns são legislações de Israel como nação, conforme cada período histórico vivido pelos hebreus.
A Lei não está mais escrita em tábuas de pedra, com a obra de Jesus Cristo, a Lei foi escrita em corações de carne e a nova aliança se deu por preço de sangue de um servo de Deus, Cristo! Leem, se preciso, a Epístola aos Hebreus! Tudo o que estou escrevendo a vocês está lá! Não existem razões para um retorno as práticas de purezas e impurezas… Jesus rompeu com tais binômios, dicotomias, divisões… (Gálatas 3, 28) diante de sua obra de redenção e propiciação dos pecados da humanidade, em Jesus Cristo, todos se encontram, pela fé e na fé, unidos em seu corpo (a Igreja, a sua noiva imaculada!) no mesmo Espírito e no mesmo Senhor. É a nossa vida em fé e pela fé em Jesus Cristo, que testemunha a presença de Deus no mundo por meio de nossas obras produzidas na fé que nutrimos em nossa Sabedoria e Poder de Deus!
Tomem cuidado, queridos e queridas, com pregadores ou pregadoras que distorcem a plenitude de nossa Graça (dom gratuito, presente, dádiva de Deus, inalcançada pelos nossos esforços ou realizações humanas...), conquistada pela obra de Jesus Cristo e vividos pela fé e na fé que mantemos e nutrimos em nosso Senhor. Nossa esperança é Cristo Jesus, assim como a nossa fé é crer Nele, como Senhor, Salvador e Sabedoria de Deus! Se for necessário, peçam ao Espírito Santo, entendimento e esclarecimento sobre a Palavra, pois haverá muitos falsos profetas que tentarão nos escravizar em leis faladas ou “digitalizadas”, que já foram consumadas na morte e na ressurreição de Jesus Cristo, na plenitude do tempo!
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